terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"Eu acredito em canções...


Eu acredito no Elvis Costello. Entendo tudo que os discos do Stevie Wonder querem me dizer. Acredito nos caras do Coldplay. Acredito em Solomon Burke, Cazuza, Nirvana, Queen, Tom Waits, The Smiths, All Green, Frank Sinatra, Neil Young, Verve e Radiohead. Estou com "Something", dos Beatles. Confio em "Baby, I Love Your Way", Peter Frampton. Me consolo com "Leaving On A Jet Plane", na versão de Peter, Paul & Mary. Posso ser definido por "Comfortably Numb", Pink Floyd ou pela turma do Bread, com "Lost Without Your Love". Tim Maia, John Lennon, Carly Simon, Marvin Gaye, Jim Morrison, Chico Buarque, Otis Redding. Esse é o pessoal que você realmente não perde por escutar.



Não existe nada grafado em papel ou num divã de vinil que faça sua alma compreender do que é feito o amor.

Já ouviu falar em paixão, intimidade, sexo, loucura, companheirismo, saudade? Se já, aposto 50 dinheiros, não foi porque leu em algum lugar ou ouviu um professor os descrevendo. Você cruzou com isso em vida ou então pôs seus headphones e deixou-se levar por uma canção, as três de uma madrugada insone.

Um dia você precisou aliviar seu sofrimento e quem estava lá? Sua mãe, um analista, um amigo bêbado? Fodam-se eles. Você ligou o rádio e alguém como Ian Curtis ou os rapazes do U2 disseram "ei cara, pare de lamentar sua perda, você já deu a volta por cima, pense no quanto você está melhor hoje". Aí você muda o disco.



O que você entende por grupo de ajuda? Weezer, New Order, Velvet Underground? Exato.

Quando alguém te disser "eu estarei lá por você" só acredite se vier do Bon Jovi, Jacksons Five ou do Kenny Rogers. Eles são os únicos que você pode contar, no duro. Do resto, esqueça.

Eles vão falar todo tipo de porcaria, cheios de razão, arrogância e menosprezo vão ditar regras, dizer que isso que soca seu peito é passageiro. E quem são eles? Um bando de diplomas pretensiosos na parede empoeirada, rindo da sua cara pelas costas, seu suposto idiota.



Para dilatar uma alma contraída não há formação. Só duas coisas são capazes de arrepiar os cabelos do seu braço: um toque carregado de ternura ou a bela melodia num solo de guitarra. A única coisa que realmente importa acontece no pátio em intervalos, e não nas salas de aula. Seja qual for a história, se houver uma canção narrando sua situação, não importa o que disserem ou o que estiver escrito.

É amor.''

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