sábado, 30 de julho de 2011

tomatito duquende potito

Beijos



Sabes de que são feitos os beijos:
De fatalidade, angústia e veneno.
A fatalidade enuncia já o fim;
Mas a angustia e o veneno que sugamos
Elucida a dor desse final...

Mas mesmo sabendo
De que são compostos os beijos,
Não conseguimos evitar esses ardor que consome
Como um feitiço de perdição!

E assim fica podre o coração
Já envenenado de recordação,
Como um peixe na rede em deleite,
Com a morte á frente e a liberdade no mar!

Autora : Ana Martins

Buenas alegrias!!

Morrer em vida é fatal



Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”. O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”.

É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora.


Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro.

Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade.


Quem viu o filme Fatal deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude. No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”.

Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.

Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.

(texto de Martha Medeiros, publicado no Jornal Zero Hora/RS )

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Os outros eu conheci por acaso. Você eu encontrei porque era preciso. Guimarães Rosa

Nunca para sempre



Beija-me , sente-me,
Compreende-me, segue-me
Possui-me , concentra-te
Evolve-me no teu próprio corpo
E por fim solta-me.

Revolta-te , chora,
Desespera pela minha ausência,
Revolve-te na tua angustia,
Na frustração de não me teres.

Que te faz viver?
Que te faz lutar por mais um beijo?
Sabes que é só hoje, meu amor,
Tudo é efémero e a vida passa.

Chama-me louca,
Grita se é o que pretendes,
Tenta prender-me, agarrar-me à tua vida
Mas no fundo sabes que não me tens!

Desapareço da tua vida
Assim como apareço, e tu aceitas.
Porque sabes que me tens por breves instantes
Mas nunca para sempre !

quarta-feira, 27 de julho de 2011

É tão fácil ...


É tão fácil odiar,
Bem mais díficil é amar,
É tão fácil magoar,
Bem mais difícil perdoar.

É tão fácil lembrar
Mas mais difícil é esquecer,
É tão fácil sobreviver
Sem saber realmente viver!

É tão fácil esconder
Do que propriamente enfrentar,
É tão difícil adaptar-nos
Quando somos cruelmente trocados.

É tão fácil socializar,
E muito difícil arranjar
Uma amizade verdadeira
Uma vida plena de felicidade!

Autora: Ana Martins

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Gato que brincas na rua


"Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu."

Autor : Fernando Pessoa

Fiz questão de pôr mais um poema do meu poeta favorito, já que tem um significado especial. O gato é um animal independente e muito misterioso que merece a minha especial atenção e ninguém melhor para descrever o que penso como Fernando Pessoa o faz.

terça-feira, 26 de julho de 2011


Para atravessar agosto ter um amor seria importante,
mas se você não conseguiu,
se avida não deu,
ou ele partiu sem o menor pudor,
invente um.
Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas,
Sharon Stone, Robocop,
o carteiro, a caixa do banco,
o seu dentista.
Remoto ou acessível,
que você possa pensar nesse amor
nas noites de agosto,
viajar por ilhas do Pacífico Sul,
Grécia, Cancún ou Miami,
ao gosto do freguês.
Que se possa sonhar,
isso é que conta,
com mãos dadas, suspiros,
juras, projetos,
abraços no convés à lua cheia,
brilhos na costa ao longe.
E beijos, muitos.
Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram,
não desejar o que não se tem
e talvez nem se terá,
não discutir, nem vingar-se ,
e temperar tudo isso com chás,
de preferência ingleses,
cristais de gengibre,
gotas de codeína,
se a barra pesar,
vinhos, conhaques
- tudo isso ajuda a atravessar agosto.


Caio F. A.
Eu já morri centenas de vezes.”
“Desde pequena que escrevo canções,
poemas e histórias.”
“Digo adeus só com palavras.”

Amy Winehouse

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Love song for no one



"Pedi uma definição ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas que me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranqüilidade possível que estou só do que ficar a mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano real: que história é essa? No que depende de mim, estou disposto e aberto. Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e ficaria também em silêncio. Acho que fiz bem."

- Caio Fernando Abreu

' Los gatos como yo, caen de pie.' - Shakira ♪

O PARAÍSO EXÍSTE E ESTÁ AQUI, COMPROVEM!

sábado, 23 de julho de 2011

Nunca gostei de ouvir A.W., mas seu talento era inegável.


Esperar a metade da laranja é o maior bagaço


"A maior riqueza do homem é a sua incompletude." Manoel de Barros

Alguém para nos completar. Essa idéia é implantada em nossa mente desde que nascemos. Vivemos uma espera sem fim por algo que nunca vem. Isso porque aprendemos a nos basear em idéias quase sempre vazias. Deixamos de viver o nosso todo para esperar por um pedaço de alguém. Queremos que o irreal se torne concreto e que a pessoa dos sonhos se materialize em nossa frente. Acho muita responsabilidade exigir que alguém nos complete. Eu sou da teoria que precisamos de alguém que já venha inteiro. Porque a pessoa que vem inteira sabe respeitar espaços, a pessoa que se sente completa aceita que você não é igual, e principalmente, a pessoa que aprendeu a totalidade sozinha sabe que dividir algo com você não implica em nenhuma perda para ela. Acredito que a troca no relacionamento só é completa quando cada um é inteiramente proprietário das suas ações. E que não é a metade da laranja que faz você ser completo, mas as lições que você aprende durante sua incompletude. Essas sim serão imprescindíveis e farão você dividir completamente tudo que existe dentro de você.


Fernanda Gaona

SOBRE O FRIO...


Tome um golinho do vinho abaixo,
aqueça as mãos e leia a crônica na íntegra.


Extremamente Frio

Que semana bandida! Vai te embora! Já disse que não gosto de frio. Disse e assinei em cima, em crônica aqui mesmo no Diário Popular, em julho do ano passado. Não quero parecer extremista. Sou um chato, admito, pois também não morro de amores pelo forte do verão. É que tenho problemas com extremos. Principalmente quando estou em dificuldades para aquecer meus próprios extremos.

Não quero parecer repetitivo, mas a temática antifriagem bate novamente à porta da geladeira. Vamos quebrar o gelo e mergulhar fundo pra saber o tamanho do iceberg.

O inverno tem cada uma! Analise friamente. Onde você lê o jornal? Em casa? No trabalho? Do lado de cá, escrevo em frente à lareira, culpado pelos danos ambientais dessa fumaça que toma conta do ar pelotense. O pulmão da cidade sustenta seu vício e só assim sobrevive à estética criogênica. A hipocrisia é hipotensa no verão e hipotérmica no inverno.

Entre um gole e outro de vinho, lembro de quem sofre nos casebres lá na volta da rodoviária ou no Balneário dos Prazeres. De minha cama quentinha, penso nas crianças deitadas em colchões úmidos. No sujeito que pernoita nas calçadas históricas do Centro. Nas gentes dos albergues. Na metade mais pobre da metade pobre do Estado.

Não é conosco. Nunca é. Nós temos aquecedores a olhos vistos e ares-condicionados pelo poder aquisitivo. Torneiras quentes de cama, mesa e banho.

Ah, que diria a mãe de minha mãe, depois de um dia daqueles em que lavava o guarda-roupa inteiro no tanque de pedra fora de casa? Ouço sua voz. "Menino, levanta as mãos pro céu! Tu tens tudo!" É, vozinha, como é boa nossa vida. Sou um extremista consciente, ponderando o que tirar do freezer.

Nossos lençóis térmicos precisam ser desligados para suportarmos o calor da própria pele. Esbanjamos energia limpa em banhos de espumante. Lâmpadas incandescentes são tão belas. No inverno é quando comemos mais. Temos mocotó, puchero, parillada, boi na brasa e chá de boldo.

Vem gente de fora pra curtir o frio gaúcho. Orgulho regional. Na Serra não colocamos tapumes para cobrir favelados, como fizeram no Rio. Nossos pobres são melhores. Sequer aparecem. Não se misturam. São extremamente discretos.

Frio é psicológico. Absolutamente relativo. Só gostamos do frio quando temos condições de adaptar a sensação aos nossos corpos socialmente privilegiados. Mas o calor humano do povo do sul é grande. Temos as campanhas do agasalho, graças a Deus. Doações para acabar com a superpopulação de roupas de lã empelotadas em nossos guarda-roupas.

O pior é que gosto de falar do tempo. Minha conversa de elevador preferida. Somos uma potência emergente de casas preaquecidas. Em breve conseguiremos enfrentar o frio numa boa.

Publicado no Diário Popular
01/07/2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011


COINCIDÊNCIA NÃO: SINCRONICIDADE!
A SINCRONICIDADE

Há muito tempo tenho vontade de escrever sobre esse assunto. Diz respeito àquelas coisas que acontecem em nossas vidas, sem que estejamos esperando, mas que vem exatamente a calhar e que não podem ser consideradas meras coincidências ou simplesmente "obras do destino". Acontece que, creio piamente nisso, estamos sempre emitindo ondas para a frente, que magneticamente atraem situações que se vislumbram como verdadeiras e providenciais soluções para problemas inesperados, alguns aparentemente insolúveis. É algo meio mágico, e muito relacionado com as frequencias entre as pessoas, que parecem sintonizar no mesmo canal, digamos assim, nas horas mais inusitadas. Tipo, você fura um pneu do seu carro numa estrada deserta e eis que surge um amigo seu na próxima curva e o reconhece, e, claro, o ajuda. É mais do que sorte -logo em seguida a um "azar":
É magia pura.

Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal mas por relação de significado. A sincronicidade é também chamada por Jung de "coincidência significativa".

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Rösti


É uma receita tradicional da culinária suíça, servida no formato de uma panqueca, consiste de batata pré cozida ralada e frita com recheio de cebola, queijo, legumes, bacon, champignon, ervas, tomate, ou o que queira.

Ingredientes:
Batatas (uma batata por pessoa)
Sal e tempero a gosto
Recheio da sua preferência

Preparo:
Cozinhe as batatas inteiras com casca por uns 8 minutos, até que estejam ainda firmes no centro. Resfrie-as na geladeira. Retire a casca, rale no orifício mais grosso do ralador e reserve. Tempere com sal, pimenta, nós moscada.

Numa frigideira antiaderente, aqueça um filete de óleo e coloque uma porção de batata ralada, o recheio (coloquei queijo, cebolinha e bacon) e a outra porção de batata ralada, frite as “panquecas” até dourá-las, endireitando as bordas e amassando para que fiquem levemente achatadas.

Acompanha bem com uma salada verde e carnes.
"PEÇO TANTO A DEUS P/ TE ESQUECER,MAS SÓ DE PDIR ME LEMBRO..."



Proibido, ilegal ?!



Ilegal não deveria ser uma palavra proibida ao invés de designar algo proibido?
Em nosso dia a dia nos deparamos com certas situações que nos fazem temer, pelo fato de serem consideradas, diante da sociedade,ilegais.
Desde o Éden, quando a primeira "proibição" foi submetida ela não fora obedecida. Mesmo diante do medo, Eva não conseguiu controlar-se e desobedeceu a ordem de Deus. Talvez, se Deus não tivesse dito nada, ela nem sequer teria chegado perto da árvore.
Até hoje somos assim, curiosos e teimosos, afinal, somos humanos e sempre estamos a procura de novas sensações, seja ela de prazer, de suspense ou até mesmo de dor.
A palavra "proibição" nos chama para um combate, um combate que jamais saberemos os resultados se não enfrentarmos. É claro, eu não quero dizer que devemos ser liberais a ponto de fazermos tudo o que julgam ser "errado",limites existem, quero apenas expor o que sinto no momento, pois, agora vejo que, talvez se não existisse ilegalidade seriamos pessoas melhores, mais leves," livres" e menos imprudentes.
Não estaria, você, sendo uma vítima do "ilegal"? Pense nisso!


Rebeca Thomé Costa

Pensar é transgredir




Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos... Mas compreendi, num lampejo: é isso, é assim.

Apesar dos medos, convém não ser demasiadamente fútil, nem acomodado demais. Às vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, ou mergulhar primeiro para depois ver o que acontece...

Para reinventar-se é preciso pensar: isso eu aprendi muito cedo. Lembrar de quem somos... do que queríamos ser, do que acredito ser, no que quero me tornar. Ou seja, há muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante "parar para pensar, nem pensar!"

O problema é que, quando menos se espera, o pensamento chega e nos faz parar.... E a gente pára para pensar, mesmo sem ter programado...

Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.

Somos demasiado frívolos; buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado para o outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro passo deveria ser parar e analisar. Afinal, quem somos e o que fazemos com a nossa vida, com o tempo e com os amores? E com as obrigações também, é claro, porque não temos infinitamente 5 anos de idade quando a prioridade é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.

Mas, pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho; é sair para as varandas de si mesmo, olhar em torno e, quem sabe, finalmente respirar.

(Texto de Lya Luft , do livro "Pensar é transgredir" – ed. Record)

Confissões de um viajante



Vem, conta-me de tuas idas
Em que a solidão foi tua companhia,
Da noite que muda, de acordo com a tua direção.

Vem, conta-me de tuas vontades
Em que um breve desejo, mudou sua história
Do acordar em terras distantes, sem nome, sem cor.

Vem, conta-me de teus medos
Em que o desespero já tomou conta de teu ser
Do sentimento de esperança que nesta hora o confortou.

Vem, conta-me de teus pensamentos
Que correram soltos, livres, eram pássaros
Do sentimento de liberdade, do novo, do conhecimento.

Vem, conta-me de teus amores
E foram tantos, dentro de tua breve vida,
Dessa vida compartilhada, mas livre para seguir.

Vem, conta-me simplesmente de ti,
O porquê de tua chegada, e quando será tua partida
E desse sentimento, agora tão tarde, querendo acolhida.

Vem, conta-me de teu coração,
Ainda é um ator, um errante, um fingidor?
E desse ar maltrato, de várias vidas, todas elas sem amor.

Vem, conta-me...


Betânia Uchôa

terça-feira, 19 de julho de 2011

A sombra da solidão



Está nas livrarias, em uma linda edição de capa azul com formato de envelope, o livro Carta a D., do filósofo francês André Gorz. O primeiro parágrafo diz mais ou menos assim: você está com oitenta e tantos anos, pesa 45 quilos, tem 4 centímetros a menos do que tinha quando eu a conheci e eu ainda amo você desesperadamente.

Li essas linhas de pé na livraria e fiquei instantaneamente comovido. Quem não ficaria?

Gorz celebra neste livro o amor de 66 anos por sua mulher, Dorine. O romance dos dois aconteceu durante um período (e em meio a um grupo de pessoas) que não ficou marcado pelo conservadorismo afetivo e sexual.

Um exemplo: o filósofo Jean Paul Sartre, de quem Gorz era discípulo, manteve uma relação de toda a vida com a escritora Simone de Beauvoir, ao mesmo tempo em que ambos cultivavam múltiplos amantes. Eram leais um ao outro, mas profundamente libertinos.

Gorz, do contrário, suicidou-se junto com a mulher em setembro de 2007, deixando na porta da casa deles um bilhete para que se chamasse a polícia.

Foram somente os dois, até o fim , como na crônica de Vinícius de Moraes: "gostaria que morrêssemos juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis ficassem para sempre abertos, mirando muito além das estrelas".

Logo Vinícius, que parecia incapaz de amar uma mesma mulher por mais do que alguns meses.

Quando olho em volta, quando ouço meus amigos e amigas se queixando, tenho impressão de que somos muito mais parecidos com Vinícius do que com Gorz.

Nossos amores não duram, nossos romances se sucedem, as rupturas nos atordoam e machucam, mas se repetem, inexoravelmente.

Habitamos um mundo de ansiedade e busca permanentes, interrompidas de quando em vez por pequenas tréguas reparadoras, mas breves.

Depois de rirmos do casamento vitalício de nossos pais e avós, parecemos condenados a sofrer do mal inverso: a sombra da solidão constante, a intranquilidade como regra, a incapacidade de manter relações duradouras.

Por quê?

Em primeiro lugar, porque esperamos demais da vida, sobretudo das relações afetivas.

Queremos tudo. O prazer, o amor, a troca inteligente e os planos de longo prazo. Queremos a segurança e a sensação de aventura no mesmo pacote. O melhor sexo e mais resoluta fidelidade. Suspeito que desaprendemos a arte de viver com menos do que se deseja. Esquecemos como é esperar e suportar. É tudo agora. É tudo ou nada. E tem sido nada para muitos.

Claro, somos enormemente egoístas se comparados às gerações anteriores.

Quando se trata de amor, nossa satisfação vem antes de qualquer outra coisa: a família, os filhos, os sentimentos daqueles que se envolvem conosco. O direito à felicidade se impõe sobre tudo mais. Ele é talvez o principal objetivo da maior parte da humanidade: ser feliz. Mas quem sabe o que isso significa nos dias que correm?

Não sei de vocês, mas eu estou cercado de pessoas que se queixam da vida afetiva. Há uma amiga que não consegue se livrar de um cara meio traste e está adoecendo de inquietação. Eu disse pra ela outro dia: amor não é crack, não pode ser um vício tão destrutivo. Mas às vezes é.

Outra amiga casou pela segunda vez com um sujeito que parecia perfeito, mas que ela não amava. Deu errado. Ela sofre pra burro, suponho que o rapaz também. Me disse a amiga outro dia: os homens legais estão casados ou namorando. Por que todos têm essa sensação se tantos estão sozinhos?

Ontem falei com uma ex-namorada que ama um homem casado. Há dois anos se relaciona com ele, entre crises terríveis de raiva e vergonha de si mesmo. Ontem ela me disse que acabou. A ver.

Há o amigo que tenta há semanas namorar uma moça que não quer namorar – e sofre. Eu digo a ele que relaxe, aproveite assim como está, descompromissado, mas ele – como qualquer bípede na Terra – precisa se sentir amado, não gentilmente esnobado. Pode acabar terminando o que nunca começou.

O que fazer com essa multidão sem par?

Eu não sei. Minha analista não sabe. Os meus amigos não fazem ideia. Não dá pra fechar a caixa de pandora das nossas aspirações, mas não podemos ser sufocadas por elas.

Eu sugiro tentar e tentar e tentar ainda outra vez. Sobretudo, tentar fazer diferente: com outro tipo de pessoa, com outro tipo de abordagem, com mais paciência, com menos pressa, com mais atenção no outro (que é sempre um exercício delicioso).

Não é possível que neste mundo imenso não haja alguém que complemente (ainda que temporariamente) cada um de nós, bípedes afetuosos e (potencialmente) felizes.

(IVAN MARTINS editor-executivo de ÉPOCA)

É SÓ DISSO QUE PRECISAMOS...


Minhha citação preferida:
Tem dias em que sou um poodle carente de afeto. Tem dias que sou gato ranzinza.

Pablo Neruda (ou não)



Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e ver um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Intimidade



No coração da mina mais secreta,
No interior do fruto mais distante,
Na vibração da nota mais discreta,
No búzio mais convolto e ressoante,

Na camada mais densa da pintura,
Na veia que no corpo mais nos sonde,
Na palavra que diga mais brandura,
Na raiz que mais desce, mais esconde,

No silêncio mais fundo desta pausa,
Em que a vida se fez perenidade,
Procuro a tua mão, decifro a causa
De querer e não crer, final, intimidade.

José Saramago

Torta de limão Essa torta fez sucesso..



Ingredientes:
200g de biscoito amanteigado
100g de manteiga
1 lata de leite condensado
3 limões
2 claras de ovo
4 colheres de sopa de açúcar
1 pacotinho de gelatina incolor
(vou experimentar colocar um pouco de creme de leite no recheio)

Prepare a base:
Para fazer a casquinha da torta é necessário moer os biscoitos até obter uma farinha fina.
Misture a manteiga derretida com a farinha até obter uma massa esfarelada.
Vire tudo num pirex médio (aproximadamente 30cm de diâmetro) e com as mãos vá apertando a farinha nas bordas e no fundo para que ela fique uniforme e forme a casquinha da torta.
Ponha para assar por uns 10 minutos até a casquinha ficar levemente dourada.
Retire do forno.

Recheio:
Para o recheio basta misturar o leite condensado com o caldo dos limões no liquidificador e por último acrescente a gelatina incolor dissolvida em um pouco de água.(um pouco de creme de leite é opcional)
Lave-os bem os limões antes de corta-los e com a ajuda de um ralador, retire lascas ou raspinhas nas cascas dos limões para usar na cobertura da torta.

Cobertura de merengue:
Prepare um suspiro bem durinho com as claras e o açúcar.
Depois aos poucos vá colocando o açúcar e continue batendo.
Por último acrescente as raspinhas dos limões e bata mais um pouco.

Montagem:
Espalhe o recheio dentro da casquinha e cubra tudo com o suspiro formando picos com as costas de uma colher.
Volte ao forno em temperatura mais baixa, só até o suspiro dourar.
Retire e deixe esfriar para servir.

Mousse de chocolate



Facinho...facinho...hummmmm....

Ingredientes
- 200 g de chocolate em barra
- 1 caixinha de creme de leite
- 2 claras batidas em neve com uma pitadinha de sal
- 1 envelope de gelatina em pó sem sabor dissolvida

Modo de fazer
Derreta o chocolate em banho-maria fogo baixo, desligue o fogo e agregue o creme de leite aos poucos, vai engrossar e depois virar um creme, acrescente a gelatina dissolvida aos poucos para não empelotar e as claras em neve, coloque nos copinhos, leve à geladeira e enfeite como quiser.

Os amantes



Encontros e despedidas
Nas estações dessa vida
Dos dias que vem e que vão
O tempo passa, amores passam, passarão

A caminho do medo revestido em segredo
O receio de serem pegos no flagra
Num ato obsceno aumenta o desejo
Querença insaciada, ânsia desenfreada

Dos doces beijos com sabor de pecado
Libidinosos instintos aguçados
Submersos nesse universo lúdrico
Hedonistas de joguinho lúdico

Se entregando ao devaneio
Os fins não justificam os meios
Dando um brilho à escuridão
Pra distrair da solidão

Como uma eclipse, sol e lua
Que se encaixam no espaço
Entre carícias e abraços
O côncavo e o convexo
Esquadrinhando as curvas do sexo

Nessa folia recendendo a maresia
Todos os sentidos afrodisia
Desejos carnais ávidos
Misturados a sentimentos pávidos

Os minutos vão se desfazendo no tempo
Na hora da partida abre a ferida
De volta a rotina, tomam tento
Máscara na cara e temor no coração
Dualidade é vossa vocação


Casais apaixonantes
Vivendo tão somente de instantes
Em encontros furtivos incessantes
Nessa eterna aventura errante


Sem saber o que é direito
Abrasam o lado esquerdo do peito
Paixão ou apenas uma mera ilusão?
São coisas do coração...

Agnes

Ela




Tabus e preconceitos que a vida lhe ensinou
O imaginário feminino de pecaminoso se contaminou
Foi buscar o seu direito do prazer abdicado
Conhecendo o próprio corpo com o toque delicado
Fechando os olhos pra entrar na imaginação
Deixando no passado toda a inibição
Sem normas, regras nem pauta
Se entregando as fantasias e ilusões
Descobrindo novas sensações
Vem a marola, alta tensão
Ritmicas contrações
No ápice a explosão

Não transforme em obrigação
Metas inatingíveis
Essa gostosa diversão



Agnes

domingo, 17 de julho de 2011

Florbela Espanca



O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa,violenta,atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Florbela Espanca

Frozen iogurte com morango



Fácil e delicioso

Ingredientes
iogurte natural 500g
creme de leite 200g
açúcar 1 copo
morango 2 caixinhas

Bata o creme de leite com o açúcar até ficar cremoso, acrescente o iogurte, corte os morangos e misture.
Coloque pra gelar, após 3 horas misture e volte pro congelador mais umas horinhas e está prontinho.
(receita da Kawano aprovadíssima)

sábado, 16 de julho de 2011



Natureza nos Hai-Kais

Me finjo de poeta
e com versos incompletos
vou descrevendo a lua.


Homens desmatam
a mata que chora
o mundo que sente


Planta rasteira
no cerrado maltratado
falta de chuva


Rosas chamam atenção
parecem dancarinas
dançando no chão.


Risos soltos no ar
saio pela chuva
meu ser se molha


O vento uilva forte
se faz de lobo
dentro da noite.
Alma gêmea
...Cruzamos pelo caminho de nossa vida
E foi uma ligação tão intensa,
E nesse instante, como um choque
Catalisando nossa vontade,

Deixando nosso desejo,
O sentimento de puro reconhecimento
Correr juntos em estado de alegria.

Energia pura,
Movendo nossos destinos
Em uma mesma direção...

Em muitos caminhos trilhados
Lado a lado, contando juntos
Uma mesma história...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tacos mexicanos




Taco é uma comida típica da culinária mexicana, consistindo em uma tortilla à base de milho que pode ser recheada de chili com carne (frango, carne bovina ou de porco), queijo, guacamole, alface e às vezes tomate. Come-se com as mãos, como um sanduiche. Acrescentando a Salsa por cima, um molho picante a base de tomate e pimenta.
Eu tenho que confessar que compro os tacos, a salsa, e alguns ingredientes semi pronto, faço a guacamole e a carne com tempero próprio e só monto os tacos. Vapt vupt!

Muita água gelada pra apagar o fogo, porque vai esquentar... rss


O poeta é um fingidor.Finge tão completamente. Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente.


Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata....

quarta-feira, 13 de julho de 2011



Quero um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades
e às pessoas, que a vida é bela sim,
e que eu sempre dei o melhor de mim e que
valeu a pena.
Mário Quintana

Yakisoba - 焼きそば



Ingredientes
1 pacote de macarrão de yakisoba (500g)
2 colheres de óleo de gergelim
300g de carne de porco, vaca ou frango cortada em tiras
1 cenoura cortada em tiras finas
2 pimentões cortados em tiras
1 cebola cortada em tiras
150g de broto de feijão
6 cogumelos frescos (shiitake) em tiras
300g de repolho repicado sem o talo
2 dentes de alho
2 colheres de óleo
6 colheres de molho para yakisoba
(caso não tenha o molho faça assim:
sal, pimenta, molho inglês ou molho de ostras, shoyu)

Preparo
Numa frigideira grande aqueça o óleo e frite o alho com a carne levemente temperada com sal e pimenta, coloque todos legumes e verduras, por último o repolho e o broto de feijão, um pouquinho de shoyu e cozinhe rapidamente até amolecer, acrescente o macarrão cozido e o molho de yakisoba, frite e finalize com óleo de gergelim.

Dicas: pode variar os ingredientes, usando camarão, frutos do mar, outros tipos de cogumelos... , mas não pode faltar o repolho.