terça-feira, 2 de agosto de 2011

Preto no branco


Vejo cores nesses teus olhos
Profundos
E luzes várias no teu sorriso
Abissal
E como um aviso, um sinal
Um sol de repente
Acende em você

Flash! Quase me cega...

Meu olho cansado
Cisma, crê no que vê
Luz negra, tua cor natural
Que vejo tão surreal
Caleidoscópio, prisma
Me entorpece
Esse teu riso ópio
Me verte líquida, me azeita
Inerte e rarefeita
Me abandonas em mim
Com suas mãos agrestes
me pegas
e sinto teus dedos rudes
cruzarem minhas costas...
De velas rijas içadas
me navegas soberano
me cortas feito oceano

E eu nem sei
De que mar viestes
Nem quais tuas chagas
E essa tua realeza carnal
Essa voz altiva que impostas
De onde vêm?

Combinação perfeita
de incertezas e deslizes
é o que somos
De matizes e belezas opostas
Amor ancestral que tanto negas
Mas sei que no fundo tu gostas
Porque tão fácil te entregas


AnaCris Martins

Nenhum comentário:

Postar um comentário